quinta-feira, 13 de agosto de 2015

THE BUS (2014)


FAIXAS

01. Opala 76 02:50
02. It's Very Tarde 02:05
03. La Chanson for Yulia 03:13
04. Carlotta 44 02:56
05. Feche a Janela 02:39
06. Eu Protesto 02:02
07. Isadora 03:28
08. Através do Vidro 02:49
09. Caixa de Pandora 02:30
10. Hat House (Est Mon Cul) 01:39
11. Sweet Ra 02:24
12. In My Place 01:58
13. Eu acredito em OVNI 04:20

Duração do álbum 00:35:00
Lançado em 4 de abril de 2014

O ÁLBUM

Depois do lançamento do álbum anterior, o Folkabilly, eu não achava que eu fosse gravar outro álbum. Veja, o álbum anterior foi lançado em maio de 2013. Eu só comecei a gravar este álbum novo em fevereiro de 2014. Ou seja, fiquei quase um ano sem gravar canção nenhuma. Eu estava trabalhando numa empresa de games e não tinha mais tempo disponível pra gravar. O que aconteceu foi que a empresa fechou no final de 2013. E eu estava aproveitando meu tempo livre pra produzir um filme em animação (filme que eu estou produzindo até hoje). Me lembro que de brincadeira fiz a canção "Eu Acredito em OVNI", pra me divertir e porque eu já não fazia uma canção há muito tempo.

Eu estava assistindo bastante Ginástica Artística, que é meu esporte favorito, e assistindo muitos filmes de faroeste italiano, pra ajudar a me inspirar no meu filme. Me lembro como se fosse hoje. Era janeiro de 2014. Era noite e eu estava trabalhando na minha animação. Nessa época estavam sendo transmitidas as Olimpíadas de Inverno de Sochi, na Rússia. Minha mãe estava assistindo a Patinação Artística e acabou me chamando pra assistir também. Como a cena do meu filme estava renderizando, eu fui lá assistir a competição (eu nunca tinha assistido Patinação Artística, mas já imaginava que eu pudesse vir a gostar se assistisse, justamente por eu já gostar de assistir Ginástica Artística). Estava passando a competição feminina. Várias patinadoras lindíssimas competindo, e isso já é motivo suficiente pra eu querer assistir, hehe. Aí entrou uma jovem russa de 15 anos de idade: Yulia Lipnitskaya. Ela se apresentou maravilhosamente, fez tudo perfeito. E ela era muito bonita. Me cativou na hora. Até postei no facebook sobre ela. Dias depois, as competições continuaram, e eu assistia tudo ao lado da minha mãe.

Outra patinadora me marcou. Era uma brasileira /americana chamada Isadora Williams, que também era muito bonita e talentosa. Aliás, foi a primeira patinadora a representar o Brasil na Patinação Artística em Olimpíadas de Inverno. O que aconteceu foi que ela não estava no seu melhor dia e pra piorar, os juízes foram sacanas com ela, dando uma nota muito abaixo do que ela merecia. Ela acabou terminando em último lugar e saiu chorando de lá. Isso mexeu comigo. Na hora me veio uma vontade de escrever uma canção sobre isso. A canção saiu e eu a intitulei como "Isadora". Foi a primeira vez em uma canção minha que eu juntei piano com violão (porque eu comprei um afinador, hehe). Eu ainda usava um piano virtual, porque eu não tinha um e também não sabia tocar mesmo. Usei o mesmo esquema que usei no "Pure Pepperoni": peguei as notas no violão as e passei para o piano. Consegui montar um vídeo e mandar pra ela. Ela até retuitou. Fiquei tão feliz! Veja o vídeo abaixo:


Eu queria fazer uma canção dedicada à Yulia Lipnitskaya, ou Julia mesmo, tanto faz. Eu tinha composto há muito tempo uma melodia que lembrava uma canção francesa, e essa melodia estava aqui no meu computador com o nome de "La Chanson". Eu costumo gravar diversas melodias e um dia que eu preciso eu recorro ao meu estoque. Compus a letra e coloquei o título de "La Chanson For Yulia". Logo, eu já tinha essas três canções, que ao meu ver eram muito boas. Me empolguei e resolvi fazer meu terceiro álbum. E eu já tinha em mente o título do álbum. Se chamaria "The Bus". Por quê? Porque eu sempre quis ter um álbum com esse nome. Desde antes de fazer o meu primeiro álbum eu queria ter dois álbuns que lembrassem o "Rubber Soul" e o "Revolver" dos Beatles. E esses álbuns seriam, respectivamente, "Spirit" e "The Bus". Fato é que eu nunca fiz o "Spirit". Mas, o "The Bus" acabou nascendo daí. E foi profundamente inspirado por "Revolver". Demorei pouco mais de um mês pra terminar o álbum. Foi o álbum que eu gravei mais rápido até hoje. E fiz uns experimentalismos com música concreta para o álbum. E isso é algo que eu sempre faço, no sentido de fazer em um álbum novo algo que eu não tinha feito nos anteriores. Tudo pra manter uma crescente de experiência a cada álbum.

A CAPA DO ÁLBUM

Na minha cabeça estava claro que eu ma basearia na capa do "Revolver" dos Beatles pra fazer a capa do meu "The Bus".


Tirei umas fotos e fiz uma colagem no Photoshop. Voilá!


Usei uma das fotos da mesma sessão e fiz a contra-capa:


E mais um álbum estava pronto. Meio que sem querer, depois de quase um ano sem gravar nada, acabei fazendo tudo em um mês.

TEMÁTICA DO ÁLBUM

O álbum fala da monotonia do cotidiano. Isso de as pessoas sempre fazerem as mesmas coisas todos os dias. E é um álbum curto, pra se ouvir no ônibus. Em algumas faixas o eu-lírico está dentro de um ônibus observando as pessoas através da janela, ou se preferir, através do vidro.

SOBRE AS CANÇÕES DO ÁLBUM

1. OPALA 76
Eu sempre fui fã de Opala. E comprei uma miniatura de um Opala SS 1976. Muito bem feito, por sinal.
"Opala 76" é uma canção sobre política (a única pessoa que percebeu isso foi meu amigo Elias Pacheco). Na verdade, o eu-lírico está dirigindo um Opala enquanto a pessoa que está no banco do carona está tentando falar sobre política. E ele não quer saber disso, ele só quer dirigir e curtir o seu Opala 76. 
Aqui usei o som real do motor de um Opala. E procurei tocar os acordes da guitarra num tom próximo ao do ronco do motor. Eu já fiz essa canção pra ser a abertura do álbum. 

2. IT'S VERY TARDE
Uma simples canção psicodélica sobre uma madrugada solitária na frente da televisão. A canção também fala sobre masturbação.

3. LA CHANSON FOR YULIA
Canção que fiz dedicada à patinadora russa Yulia Lipnitskaya. Era pra lembrar uma típica canção francesa de amor. Gosto muito da parte do solo de piano.

4. CARLOTTA 44
Acredito que essa seja a canção mais marcante do álbum. Fiz dedicada à ginasta italiana Carlotta Ferlito, que é putaquiparivelmente sexy. Eu estava ouvindo a canção "Porque Te Vas" da cantora Jeanette. E se parecia como uma canção de faroeste italiano (gostei do formato de falar de amor ao som de spaghetti western). E, como eu amo faroeste italiano e ouvi quase tudo do Ennio Morricone, a inspiração veio fácil. Além disso, a Carlotta é italiana. 
Baseado na abertura do filme "Três Homens em Conflito" do Sergio Leone, em que sons de tiros rasgam a música, coloquei sons de tiros aqui também. E peguei sons de tiros dos filmes do próprio Sergio Leone. Eu tenho muito orgulho dessa canção.

5. FECHE A JANELA
Essa música fala sobre não saber o que fazer, sobre não entender a si mesmo. 

6. EU PROTESTO
É a canção punk maluca do álbum. 

7. ISADORA
Canção dedicada à patinadora brasileira Isadora Williams. Eu queria algo do estilo de "Hey Jude" dos Beatles. Por isso a canção começa com piano e depois entra o violão. 
Pesquisando sobre a Isadora, vi que quando criança, ela costumava patinar ao som de "Tico-tico no Fubá" de Zequinha de Abreu. Pensando nisso, fiz a música se converter pra Tico-tico ao final. A minha sorte foi que consegui encaixar organicamente as duas melodias. No vídeo da canção, na parte que entra o Tico-tico eu coloquei vídeos da Isadora criança. Eu já tinha pensado nisso quando compus a música. Só por curiosidade, eu cheguei a conhecer pessoalmente a Isadora no final daquele mesmo ano em um show de Patinação no Ginásio do Ibirapuera.

8. ATRAVÉS DO VIDRO
O eu-lírico observa as pessoas na rua através do vidro da janela do ônibus. Eu queria uma canção que tivesse acordes que soassem como se estivessem errados. A sequencia dos acordes é pra incomodar. Quase todos estão em sétima. 

9. CAIXA DE PANDORA
Minha raga rock do álbum. Foi muito difícil de fazer porque eu nunca tinha feito raga rock antes. O plus pra mim é que eu toquei a minha flauta-doce em um trecho da canção. Eu não sei tocar flauta, mas naquele dia eu treinei uns acordes nela e toquei na hora. Deu certo!

10. HAT HOUSE (EST MON CUL)
Essa canção originalmente estaria no "Folkabilly". Aqui eu cortei umas partes dela e acrescentei os efeitos sonoros pra dar um charme. É minha canção boca-suja. A frase em francês "Est mon cul" quer dizer "É meu cu". Vi isso no filme francês "Zazie no Metrô" de Louis Malle, em que a protagonista, a atriz mirim Catherine Demongeot fala muitos palavrões e vive dizendo "est mon cul". Ela era tão cute!

11. SWEET RA
Meu jazz de vaudeville do álbum. Gosto bastante deste número. Sempre me divirto fazendo esses vaudevilles.

12. IN MY PLACE
É outra daquelas canções que eu escrevi há muito tempo e ressuscitei. A letra é bem bobinha, mas é bonitinha. Gosto da harpa misturada com o violão.

13. EU ACREDITO EM OVNI
Foi a primeira canção que eu gravei para o álbum e acabou entrando por último, porque ela é a mais experimental. Eu tinha escrito ela na adolescência e ela era em inglês "I Believe in UFO". Só que resolvi escrever em português.
De fato, eu vi um OVNI uma vez em São José dos Campos. E eu não estava sozinho. Estava com meu irmão e com meu primo. Outras pessoas que passavam na rua também viram. Lógico que não foi essa a história que eu contei na letra. Eu queria que a música remetesse aos filmes de alienígenas dos anos 50, com aqueles efeitos robóticos que lembravam o som de um teremim

SINGLES

LA CHANSON FOR YULIA (SINGLE VERSION)
Eu queria fazer o vídeo da canção da Yulia, só que eu queria que o final da canção fosse diferente da que está no álbum. No disco a música termina em fade out. Eu cortei a música e regravei o trecho final alongando os últimos versos e terminando com um acorde. Para ouvir esta versão, clique aqui.
Ou confira no clipe abaixo:


CARLOTTA 44 (SINGLE VERSION)
Versão alternativa da canção do álbum. Aqui a música termina com um acorde de piano com bastante reverberação. Para ouvir esta versão, clique aqui.

KIND OF CUTE
Este single eu fiz depois que o álbum já estava pronto. E é uma das minhas melhores canções. É suja e pesada, ao mesmo tempo que é bem romântica. Eu queria que a letra abordasse coisas que geralmente as músicas não abordam. Um exemplo disso é o fato de eu achar bonitas as garotas com dentes amarelos. Mas, claro, não entenda errado. Não estou falando de dentes podres (credo). Eu falo de dentes levemente amarelados. Porque dentes 100% brancos são esquisitos. Para ouvir, clique aqui. Ou confira o clipe abaixo:


CONCLUSÕES SOBRE O ÁLBUM

Esse foi o primeiro álbum em que eu já tinha uma real noção do que eu estava fazendo. Os dois anteriores foram mais experimentais no sentido de tudo ser novidade pra mim. Aqui eu já tinha desenvolvido minha metodologia de compor, gravar e produzir as canções. Ele encerra com chave de ouro a minha trilogia inicial.





Foto que eu tirei com a patinadora Isadora Williams

É possível ouvir o álbum na íntegra abaixo:


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