segunda-feira, 10 de agosto de 2015

PURE PEPPERONI (2012)


FAIXAS

01. Under The Black Hair 03:00
02. Surf Girl 02:49
03. My Little Piece Of Sunshine 01:49
04. Nowhere And Everywhere 03:19
05. Multicolor Mirror 03:05
06. Samba n' Roll (The Brazilian Beat) 03:51
07. Living And Learning 03:06
08. When You Smile 04:20
09. Pure Pepperoni 05:07
10. Pretty Little Killer 02:32
11. Red Blues 04:44
12. Oh! Girl 03:16
13. I Spoke Wrong 01:19
14. After All 04:52

Duração do álbum 00:47:15
Lançado em 12 de setembro de 2012

O ÁLBUM


Este foi meu primeiro álbum. E, inicialmente eu não tinha planejado fazer este álbum. Eu tinha apenas umas duas canções gravadas ao vivo (gravadas com uma câmera cybershot). Canções que gravei com meu primo Vinícius. Ele toca bateria e eu guitarra. As duas canções eram "Oh! Girl" e "When You Smile". Só que nossa banda de brincadeira chamada "The Aces" não existia mais. Essas duas canções foram gravadas em 2010 ou 2011. Talvez até antes. Talvez em 2009. Eu não me lembro direito. Só que ficaram "engavetadas" no HD do meu computador. E eu estava afim de continuar gravando minhas canções. Só que eu teria que descobrir como eu faria isso sem meu primo pra tocar bateria. Eu realmente não tinha a menor ideia de como eu faria isso. Só sei que eu queria muito. Abaixo, o clipe de "Oh! Girl". E, como pode perceber, eu tinha outras ideias de álbum, mas nada concreto.


Já em meados de 2011, um belo dia, eu acordei inspirado (entenda isso como quiser, hehe) e compus um blues simples chamado "Red Blues". A letra estava dentro do contexto de um filme que eu estava fazendo junto de uma amiga. O nome do filme era "Peões Descartáveis" e era inspirado no Tarantino e no Godard. Com meu microfone de 15 reais eu gravei o violão base, o violão solo (muito, muito simples e completamente improvisado, já que nessa época eu ainda não tinha aprendido as escalas), o vocal (coloquei um eco na voz pra dar um grau), a gaita chinesa (sim, eu tenho uma gaita chinesa), o pandeiro (como marcação) e a lata de Nescau (sim, e toquei com uma colher). Pronto, estava finalizada a minha primeira canção. E eu levei o dia inteiro pra fazer ela, porque é claro que eu não acertei tudo de primeira (aliás, até hoje eu gravo várias vezes cada instrumento até sair direito).
Nossa, eu fiquei super orgulhoso de mim mesmo. Me animei com esse negócio de música. 
Algum tempo depois, ouvindo muito Pink Floyd e pensando em imitar o clipe de "Saucerful Of Secrets" do Live at Pompeii, eu fiz a canção "After All". Aqui, já usei alguns programas pra poder fazer a bateria e o órgão (claro, sem noção nenhuma). Para a bateria usei um software chamado "Hydrogen". Fiz e já gravei o videoclipe da forma mais caseira possível. Inclusive, nesse vídeo, meu irmão Hyago foi o cameraman. Isso ainda em 2011. Veja o vídeo abaixo:


E como eu estava gravando o filme "Peões Descartáveis" e já sabia que usaríamos a "Red Blues" na trilha sonora, resolvi compor outra canção especialmente para o filme. A canção era "Psychedelic Love" e a letra resumia um pouco da trama do filme. Depois, entrei na vibe de compor algo dedicado a alguma coisa que eu gostava, no caso, spaghetti western. Sou viciado nesse gênero de Cinema. Fiz a canção "Nowhere And Everywhere", e o eu-lírico conversava com um velho pistoleiro aposentado. Veja o clipe abaixo: 


Bastante tempo depois, já gravando meu segundo filme com essa amiga, desta vez um filme de kung fu chamado "Sobrancelha Branca", compus uma faixa instrumental chamada "Pretty Little Killer". Só que eu já tinha mais outras duas gravadas: "Multicolor Mirror" e "Under The Black Hair".
Eu olhei pra essas canções todas e pensei: "Puxa, já tenho um número considerável de canções. E se eu juntar elas, fazer mais algumas e montar um álbum?" A ideia começou a tomar forma. Só que eu sabia que eu descartaria do álbum a "Psychedelic Love" porque, apesar de muito boa, essa canção não se encaixava no que eu estava querendo fazer. A canção "When You Smile" que eu havia gravado com meu primo eu não usaria no álbum porque a minha guitarra estava muito desafinada (na verdade quase o álbum inteiro foi gravado com a guitarra desafinada, só que nessa faixa estava muito desafinada, hehe). Então, decidi fazer uma outra versão da música, com piano. Eu não sabia tocar piano nessa época. Eu peguei as notas das escalinhas da guitarra que eu estava aprendendo e passei pro piano pelo Anvil Studio (que é um software de música midi). 
Assim, aos poucos, e usando também o software "Fruity Loops Studio" e o "Audacity", gravei todas as faixas. E mais ou menos um ano depois de ter feito a primeira faixa, o álbum estava pronto. Quer dizer, quase. Faltava a capa.

A CAPA DO ÁLBUM

Eu estava querendo que a capa fosse simples e surrealista pra representar a sonoridade do álbum. Eu gostava muito da capa do primeiro álbum do Velvet Underground, o Velvet Undreground & Nico, idealizada pelo artista Andy Warhol.


E eu também admirava a obra "A Traição das Imagens" do pintor surrealista belga René Magritte. Aquele desenho de um cachimbo com a legenda "Isto não é um cachimbo."

"A Traição das Imagens" do pintor surrealista belga René Magritte."Isto não é um cachimbo."

Uma das faixas do disco era a "Pure Pepperoni", que é uma canção política. Pure Pepperoni em português é pepperoni puro, um tipo de salame. E pensei em colocar a fotografia de morangos e legendar como "Pure Pepperoni". Esse ia ser o título do álbum. Peguei uma fotografia de morangos, tratei no Photoshop e voilá, a capa estava pronta:

Capa do álbum inspirada pela obra "A Traição das Imagens"

Para a contra-capa do álbum, eu tirei um print de uma das cenas do filme "Peões Descartáveis" e usei como foto:


Agora sim estava 100% pronto meu primeiro álbum. Eu estava muito orgulhoso de mim mesmo por ter conseguido fazer.

TEMÁTICA DO ÁLBUM

Todos os meus álbuns têm um conceito. Este, mesmo não sendo planejado de início, acabou ganhando um conceito conforme as canções foram saindo. O tema principal deste álbum é a inocência e a ingenuidade.

SOBRE AS CANÇÕES DO ÁLBUM

1. UNDER THE BLACK HAIR
Muitas canções do álbum eu já havia composto anos antes pra tocar na minha banda com meu primo. E muitas delas acabamos nem tocando. Essa é uma dessas canções. Eu a escrevi na época do colégio, em 2005 ou 2006. Era uma menina que vivia cabisbaixa e tapava o rosto com os cabelos. Foi só um amor platônico de adolescente. Eu achei essa canção no meu caderno e resolvi gravá-la. A guitarra estava afinada mais ou menos meio tom abaixo do normal, ou um tom. Não sei ao certo. A introdução da música foi a última coisa que eu fiz. Fiz no Fruity Loops.

2. SURF GIRL
Essa é outra canção que eu escrevi na adolescência. Aliás, na pré-adolescência. Só que o ritmo original era mais leve. Resolvi fazer estilo rock farofa. Eu odeio rock farofa. Só que me desafiei a fazer um. A guitarra dela é toda em FL. Não gosto muito de como ficou a música. Aliás, a versão original se chamava "Irmã da Júlia" porque originalmente era inspirada em uma garota que eu vi na praia. Meu primo e eu estávamos de olho nessa menina e ouvimos apenas o nome da irmã dela: Júlia. E rolou um negócio de surf, só que bem simples. Coisa de criança mesmo. Só que a versão do álbum foi reescrita inspirada na Kristen Stewart, pois na época eu tinha um crush nela e li que ela surfava. Então eu misturei a história real com ficção.

3. MY LITTLE PIECE OF SUNSHINE
Gosto muito dessa composição, mas não gostei da produção. Eu acho que essa música merece ser regravada. Eu caguei tudo na produção dessa. A inspiração veio a partir da canção "Why Do You Let Me Stay Here?" da dupla She & Him. Eu queria uma canção cute que tivesse bastante pratos de bateria.

4. NOWHERE AND EVERYWHERE
Composição inspirada nos faroestes italianos, a.k.a. spaghetti westerns. O eu-lírico conversa com um pistoleiro aposentado e o lembra de seus feitos. Gosto muito da parte do solo.

5. MULTICOLOR MIRROR
É a letra mais psicodélica do álbum. Eu queria que a letra tivesse cores e eu acredito que consegui. É uma música bem legal. Se eu fosse gravar ela hoje, colocaria um baixo e um solo de piano.

6. SAMBA N' ROLL (THE BRAZILIAN BEAT)
Acho que é a música mais rica do álbum em termos de arranjo e letra. A primeira metade é em inglês e a segunda metade em português. Eu me lembro que eu tinha lido em algum lugar que o Chico Buarque era foda e que ele conseguia encaixar a palavra "paralelepípedo" em letra de música (sim, o Chico Buarque é foda). Pensando nisso eu resolvi fazer uma brincadeira e escrevi o trecho "Odepipelelarap, paralelepípedo ao contrário". Que feliz, né? Hahaha!

7. LIVING AND LEARNING
Essa canção eu fiz inspirada na "She Said She Said" dos Beatles, que tinha um riff marcante e muitos pratos de bateria. Eu procurei fazer isso. Coloquei um riff e enchi de pratos. E na letra tem uma citação a uma frase que minha mãe sempre diz: "A vida é dura pra quem é mole". Só que eu coloquei em inglês na letra e ficou assim: "My mother says Life is hard for who is weak". Além disso, me inspirei também na "I'm Only Sleeping" dos Beatles em que tem um solo de guitarra ao contrário.

8. WHEN YOU SMILE
Canção que originalmente eu tinha gravado com meu primo e que aqui regravei com o FL. Uma canção de amor.

9. PURE PEPPERONI
Canção sobre política. Na verdade, não exatamente sobre política, mas sobre políticos corruptos. Eu nunca defendi partido nenhum em canções minhas. Eu prefiro falar mal de todos eles. A minha inspiração para o estilo da música veio da "Alegria, Alegria" do Caetano Veloso. O refrão dizia: "Tudo acaba em pizza, tudo acaba em pizza, é tudo um salame, é tudo um salame, Pure Pepperoni, Pure Pepperoni". Isso porque na faculdade eu tinha um grande amigo que chamava as pessoas manés de "salame". Então, apenas usei o "elogio" às pessoas que veem as roubalheiras e não fazem nada. Eu sou um deles.

10. PRETTY LITTLE KILLER
Canção instrumental. Usei ela no curta metragem "Sobrancelha Branca". Curta que fiz com uma amiga.

11. RED BLUES
Outra canção que usei em um filme. Esta foi usada no "Peões Descartáveis", que também fiz com essa amiga. Essa canção foi a primeira que eu gravei sozinho e foi o pontapé inicial do álbum.

12. OH! GIRL
Essa canção eu gravei com meu primo Vinícius. Ele na bateria e eu na guitarra. Outra inspirada na atriz Kristen Stewart, que era meu crush na época. Eu gostava dela por causa de "O Quarto do Pânico". Ela fazia uns filmes bons antes daquela bosta comercial pra adolescentes babacas que ela se meteu.

13. I SPOKE WRONG
Canção que foi escrita na adolescência e não quer dizer muita coisa. A letra só fala que eu canto errado em inglês. Os Beatles utilizavam diversas técnicas de estúdio que deixavam as canções e os álbuns mais ricos. Coisas que foram pioneiros. E uma delas era começar uma canção com um fade in, na canção "Eight Days a Week". Então, resolvi começar essa música com um fade in pra acrescentar personalidade ao álbum.

14. AFTER ALL
Sem querer me acostumei a deixar a música mais experimental por último nos álbuns. E é por isso que esta canção é a última do álbum. Me lembro que foi divertido gravar essa porque ela é bem nonsense. E a letra também é. Tem solos de guitarra ao contrário. Além disso toquei a percussão com copos, potes de plástico e colheres.

CANÇÕES QUE FICARAM DE FORA DO ÁLBUM

PSYCHEDELIC LOVE
Como eu já expliquei acima, essa canção foi utilizada no filme "Peões Descartáveis" e é muito presa ao contexto do enredo. Além disso eu divido os vocais com minha amiga. Acabei descartando-a.

WHEN YOU SMILE (ORIGINAL LIVE VERSION)
Versão que gravei com meu primo. Essa versão é mais desafinada, mais suja, mais balada e mais legal do que a versão que eu coloquei no álbum. Para ouvir esta canção, clique aqui.

PAIN
Canção pesada de piano e bateria que eu acabei não colocando em lugar nenhum. Ainda está no meu HD esperando pra ver a luz do dia. É uma ótima canção e eu ainda não achei onde encaixá-la.

SINGLES

RED BLUES (OKLAHOMA BAR VERSION)
Uma versão alternativa à que entrou no álbum. Essa versão tem piano e simula como se tivesse sido gravada ao vivo em um bar noturno. Toda gravada no FL, com exceção da minha gaita chinesa. Para ouvir esta canção, clique aqui.

LOVE IS PINK
Canção estilo anos 80. Nunca fui o maior fã dos anos 80 em termos de rock. Mas, me desafiei a fazer uma canção naquele estilo. Hoje eu já curto mais. Para ouvir esta canção, clique aqui

PRETTY LITTLE KILLER PART II
Essa foi uma canção encomendada. Na época, um amigo meu carioca estava fazendo um filme de terror e queria uma canção eletrônica pra abertura. Acabou não rolando, mas a música está aí. Peguei a canção "Pretty Little Killer" do álbum e fiz ela em versão eletrônica. Claro, não entendo quase nada de música eletrônica. Mas, valeu a experiência. Como sempre, foi divertido fazer. Para ouvir esta canção, clique aqui.

CONCLUSÕES SOBRE O ÁLBUM

Ouvindo hoje o álbum, vejo claramente onde eu errei e onde eu acertei. Mas, é um ótimo disco. Gosto bastante. Nem imagino como eu consegui fazer isso tudo naquela época que eu não sabia quase nada. E já neste álbum tem uma variação grande de estilos. A cada canção é como olhar para o outro lado, virar o pescoço. O álbum não permanece no mesmo lugar.

Eu na gravação do clipe de "After All" em 2011

É possível ouvir o álbum na íntegra abaixo ou clicando aqui.



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